O português angolano e a variação léxico-cultural no hip-hop um exemplo com Yannick Afroman

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Alexandre António Timbane
Yuran Fernandes Domingos
Euclides Victorino Silva Afonso

Keywords

Hip-Hop; Língua; Angolanismos; Cultura; Léxico.

Resumo

O hip-hop surge em zonas periférica das cidades. Em Angola, o grupo é constituído por jovens rejeitados, marginalizados pelo poder. Nas letras se exalta do cotidiano as diferenças sociais. Sendo assim, as letras das músicas dos cantores angolanos revelam traços característicos da variedade angolana do português. Levantando o problema da pesquisa questionou-se os traços linguísticos que caracterizam a variedade angolana do português e quais aspectos culturais que estão por detrás? A pesquisa visa compreender traços linguísticos da variedade angolana do português. A pesquisa é bibliográfica cruzada com a documental composto por dois álbuns: “Mentalidade” (2008) e “Terra a terra” (2013). Para as análises transcreveu-se para facilitar análise dos fenômenos linguísticos. Concluiu-se que Afroman revela angolanismos que denunciam traços que se inclinam à norma angolana do português. Observa-se o uso de expressões, vocabulário e construções sintáticas próprias dos angolanismos que marcam a identidade sociocultural. 

Abstract 1109 | PDF Downloads 2080

Referências

Abdula, R. A. M.; Timbane, A. A.; Quebi, D. O. (2017). As políticas linguísticas e o desenvolvimento endógeno nos PALOP. RILP. Série 4, n.º 31, p. 23-46.
Afroman, Y. Mentalidade. 2008. Disponível em: . Acesso em 20 jul. 2018.
Afroman, Y. Terra a terra. 2013. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2018.
Angola. (2010). Constituição da República de Angola. Luanda: Assembleia Nacional.
Bagno, M. (2014). Língua, linguagem, linguística. São Paulo: Parábola.
Bagno, M. (2015). Preconceito linguístico. 56.ed. São Paulo: Parábola, 2015.
Bernardo, E. P. J. (2017) Norma e variação linguística: implicações no ensino da língua portuguesa em Angola. RILP, Lisboa, n.º 32, IVsérie, p. 37-52.
Biderman, M. T. C. (1996). Léxico e vocabulário fundamental. Alfa, São Paulo, n.º 40, p. 27-46.
Calvet, L.-J. (2007). As políticas linguísticas. Florianópolis e São Paulo: Ipol/Parábola.
Câmara JR., J. M. (1955). Língua e cultura. Letras. v. 4, p. 51-59.
Couto, H. H. (1996). Introdução ao estudo das línguas crioulas e pidgins. Brasília:UnB.
Couto, H. H. (2007). Ecolinguística: estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus.
Couto, H. H. (2009). “Língua e meio ambiente”. Estudos Linguísticos. Belo Horizonte, v. 17, n.º 1, p. 143-178, jan./jun.
Couto, H. H. et al. (2016). O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos. v. 2. Goiânia: Ed. UFG.
Couto, H. H.; Couto, E. K. N. N. (2017). Ecologia das relações espaciais: as preposições do crioulo- português da Guiné-Bissau. RILP. Série 4, n.º 31, p. 177-208.
Cuche, D. (1999). A noção de cultura nas ciências sociais. Trad. Viviane Ribeiro. Bauru: EDUSC.
Dingwaney, A.; Maier, C. (1995). Between languages and culture: translation and cross-cultural texts. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press.
Greenberg, J. H. (2010). Classificação das línguas da África. In: Ki-Zerbo, Joseph (Org.). História geral da África: Metodologia e pré-história da África. v. 1. Brasília: UNESCO.
Heine, B.; Nurse, D. (2000). African languages: an introduction. Cambridge: CUP.
Hlibowicka-Weglarz, B. (2007). A origem dos crioulos atlânticos e asiáticos (hipótese monogenética). Estudos Hispánicos, v. 15, p. 225-233.
Jimbi, B. I. (2018). A reflection on the Umbundu corpus planning for the Angola education system: towards the harmonization of the Catholic and the Protestant orthographies. Actas do XIII Congreso Internacional de Lingüística Xeral. Vigo, p. 475-482.
Kramsch, C. (2014). Language and culture. London: OUP.
Labov, W. (2008). Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola Editorial.
Lefebvre, C. (2004). Issues in the study of pidgin and creole languages. series 70, Amsterdam: JBPC.
Maho, J. (2003). «A classification of the bantu languages an update of Guthrie’s referential system.» in: Nurse, Derik; Philippson, Gérard. (Ed.). The Bantu languages. Londres: Routledge. p. 639-650.
Manuel, C.; Timbane, A. A. (2018). Os crioulos em África são línguas de base portuguesa? Embate sobre os conceitos. Comunicação. V Semana –UNILAB/Malês, São Francisco do Conde (BA).
Menezes, J. A.; Costa, M. R. (2013). Posicionamentos e controvérsias no movimento hip-hop. Estudos de Psicologia, v. 18, n.º 2, p. 389-396. abr.-jun.
Mufwene, S. (2016). “Ecologia da língua: algumas perspectivas evolutivas”. in: Couto, Hildo
Honório do. et al. (Org.). O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos. v. 2. Goiania: Ed. UFG. 473-500.
Ndombele, E. D. (2017). Reflexão sobre as línguas nacionais no sistema de educação em Angola. RILP. IV Série n.º 31, 2017, p. 69-88.
Ngunga, A. (2015). Introdução à linguística bantu. 2. ed. Maputo: Imprensa Universitária.
Nurse e Philippson (2003). The bantu languages. London/New York: Routledge.
Pedro, J. (2014). Estão as línguas nacionais em perigo? in: Severo, Cristine; Sitoe, Bento; Pedro, José. (Org.). Estão as línguas nacionais em perigo? Lisboa: Escolar Editora, p. 77-88.
Pereira, D. (2006). Crioulos de base portuguesa. Lisboa: Caminho.
Petter, M. (2015). Introdução à linguística africana. São Paulo: Contexto.
Risager, K. (2006). Language and culture: global flows and local complexity. Clevedon: Multilingual Matters Ltda.
Rodrigues, Â. L. (2011). A língua inglesa na África: opressão, negociação, resistência, Campinas, SP: Unicamp/Fap.
Santos, J. L. (2006). O que é cultura. São Paulo: Brasiliense.
Sapir, Edward (1969). Linguística como ciência. Trad. J. Mattoso Câmara. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica.
Saussure, F. (2006). Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix.
Severo, C. G. (2013). “Política(s) linguística(s) e questões de poder.” Alfa. São Paulo, v. 57, n.º 2, p. 451-473.
Severo, C. G. (2015). Línguas e políticas linguísticas em Angola. in: LEITE, I. B.(Org.). Línguas atuais faladas em Angola: Entrev. com Daniel P. Sassuco. Florianópolis: NUER. p. 7-13.
Severo, C.; Sitoe, B.; Pedro, J. (Org.).(2014). Estão as línguas nacionais em perigo? Lisboa: Escolar Editora.
Souza, R. M. V. de. (2007). Cultura hip-hop e Identidade e Sociabilidade: estudo de caso do movimento em Palmas. Bocc. p. 1-12. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/souza-rose-cultura-hip-hop.pdf. Acesso em 29 ago.2018.
Tarallo, F.; Alkmim, T. (1987). Falares crioulos: línguas em contato. São Paulo: Ática.
Timbane, A. A. (2013). A criatividade lexical da língua portuguesa: uma análise com brasileirismos e moçambicanismos. Caligrama. v. 18, n.º 2, p.7-30.
Timbane, A. A.; Vicente, José Gil. (2017). O plurilinguismo em Moçambique: debates e caminhos para uma educação linguística inovadora. RILP, Lisboa, IV série, n.º 31, p. 89-110.
Timbane, A.A.o (2014). “Análise sociodiscursiva da saudação do grupo étnico-linguístico Tsonga de Moçambique.” Educação, cultura e educação. ECS, Sinov, v. 4, n.º 2, p. 90-105.
Timbane, A. A.; Santos, I. S.; Alves, M. J. (2017). “Os caminhos da variação léxico- semântica no Brasil, em Portugal e em Moçambique”. In: Paula, Maria Helena de; Santos, Márcia Pereira dos; Peres, Selma Martines (Org.). Perspectivas em estudos da linguagem. São Paulo: Blucher.
p. 73-90.
Undolo, M. E. S. (2014). Caracterização da norma do português em Angola. 330 p. Tese. Doutor em Linguística. Universidade de Évora. Évora.
UFSC/Instituto de Estudos Latino-americanos. Entrev. ao Mestre Ezequiel Bernardo. Angola: a luta pelo direito à língua 29 maio. Disponível em:.Acesso em: 03 ago.2018.
UNESCO (1996). Declaração Universal de Direitos Linguísticos. Barcelona: UNESCO.
Zau, D. G. D. (2011). A Língua Portuguesa em Angola: um contributo para o estudo da sua nacionalização. Tese. 204p. Doutorado em Linguística. Departamento de Letras. Universidade de Beira Interior. Covilhã.

Artigos mais lidos do(s) mesmo(s) autor(es)