Estrutura e composição florística do mangal na ilha de Vamizi, norte de Moçambique

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Ramadane Mussa Francisco
Salvador José António Nanvonamuquitxo https://orcid.org/0009-0008-7509-6787
Liliett José António Francisco https://orcid.org/0000-0002-0654-3490

Keywords

Ilha de Vamizi, Fitossociologia, Conservação de mangal

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura horizontal e a composição florística da floresta de mangal da Ilha de Vamizi, localizada no Arquipélago das Quirimbas, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. Para tal, foram recolhidos dados dendrométricos que permitiram analisar a riqueza, a composição florística, os parâmetros fitossociológicos, a estrutura diamétrica, o estado de conservação e a regeneração natural das espécies presentes na referida floresta. Foram identificadas e contabilizadas 865 árvores adultas, pertencentes a quatro famílias botânicas, seis géneros e seis espécies, sendo Ceriops tagal (1406 árvores por hectare), Bruguiera gymnorhiza (773 árvores por hectare) e Rhizophora mucronata (273 árvores por hectare) as mais abundantes. A floresta apresentou uma densidade de 2621 árvores por hectare e uma área basal total de 26 metros quadrados por hectare. A distribuição das árvores por classes de diâmetro seguiu o padrão em J invertido, comum em florestas naturais. A floresta de Vamizi apresenta um bom estado de conservação, embora tenham sido observados sinais de corte em alguns locais.

Abstract 224 | pdf Downloads 41

Referências

Alongi, D. M., & Carvalho, N. A. (2008). The effect of small-scale logging on stand characteristics and soil biochemistry in mangrove forests of Timor Leste. Forest Ecology and Management.

Alves, A. R., Ribeiro, I. B., Sousa, J., Barros, R. S. S. (2013). Análise da estrutura vegetacional em uma área de caatinga no município de Bom Jesus, Piauí. Revista Caatinga, 26(1), 1–10.

Balidy, H. J., Sitoe, A., Menomussanga, M., & Pires, P. L. (2005). Avaliação dos níveis de corte, composição específica e regeneração natural de mangal no Sul de Moçambique. CDS-ZC/MICOA. Recuperado em 12 de abril de 2020, de http://www.costeira.gov.mz/

Brower, J. E., Zar, J. H., & Van Ende, C. N. (1998). Field and laboratory methods for general ecology (4.ª ed., p. 273). WCB/McGraw-Hill.

Bunting, P., Rosenqvist, A., Lucas, R. M., Rebelo, L. M., Hilarides, L., Thomas, N., ... & Finlayson, C. M. (2018). The global mangrove watch – a new 2010 global baseline of mangrove extent. Remote Sensing, 10(10), 1669. https://doi.org/10.3390/rs10101669

Cuamba, E., Vieira, L., & Morgado, F. (2019). Condição ecológica e biomassa da floresta de mangal da baía de Quionga no contexto das alterações climáticas, Norte de Moçambique. Seminário Internacional: Alterações Climáticas, Biodiversidade e Sociedade: Desafios no Contexto Africano, 8(1), 76–96.

Da Silva, I. M. (2014). Biodiversidade marinha no norte de Moçambique no contexto da exploração do gás natural. Revista Internacional em Língua Portuguesa, 27, 1–15.

Dahdouh-Guebas, F., Mathenge, C., Kairo, J. G., & Koedam, N. (2000). Utilization of mangrove wood products around Mida Creek (Kenya) amongst subsistence and commercial users. Economic Botany, 54, 513–527.

Donato, D. C., Kauffman, J. B., Murdiyarso, D., Kurnianto, S., Stidham, M., & Kanninen, M. (2011). Mangroves among the most carbon-rich forests in the tropics. Nature Geoscience, 4, 293–297.

Ferreira, A. M., Andrade, F., Bandeira, S. O., Cardoso, P., Nogueira, M., & Paula, J. (2009). Analysis of cover change (1995–2005) of Tanzania/Mozambique trans-boundary mangroves using Landsat imagery. Aquatic Conservation, 38–45.

Friess, D. A., Rogers, K., Lovelock, C. E., Krauss, K. W., Hamilton, S. E., Lee, S. Y., ... & Shi, S. (2019). The state of the world’s mangrove forests: past, present, and future. Annual Review of Environment and Resources, 44, 89–115.

Garnier, J., Hill, N., Guissamulo, A., Silva, I., Witt, M., & Godley, B. (2012). Status and community-based conservation of marine turtles in the northern Quirimbas Islands. Oryx, 46(3), 359–367.

Garnier, J. (2003). Cabo Delgado Biodiversity and Tourism Project: Management Plan (2003–2006). Pemba.

Giri, C., Ochieng, E., Tieszen, L., Zhu, Z., Singh, A., Masek, J., & Duke, N. (2011). Status and distribution of mangrove forests of the world using earth observation satellite data. Global Ecology and Biogeography, 20(1), 154–159.

Isango, J. (2007). Stand structure and tree species composition of Tanzania Miombo woodlands: A case study from Miombo woodlands of community based forest management in Iringa District. Working Papers of the Finnish Forest Research Institute, 43, 43–57.

Kathiresan, K., & Bingham, B. L. (2001). Biology of mangroves and mangrove ecosystems. Advances in Marine Biology, 40, 81–251.

Kjerfve, B. (1990). Manual for investigation of hydrological processes in mangrove ecosystems (p. 77). Baruch Institute for Marine Biology and Coastal Research, University of South Carolina.

Macamo, C., Cangy, F., & Bandeira, S. (2008). Formas de uso, estrutura e estado de conservação de Mangal de Mieze e Muchara – Baía de Pemba, Cabo Delgado. Organização e Funcionamento Hidro-Biológica da Baía de Pemba e Avaliação das suas Potencialidades para o Desenvolvimento de Aquacultura Costeira, 23 pp.

Macamo, C., Bandeira, S., Muando, S., Abreu, D., & Mabilana, H. (2016). Mangroves of Mozambique. In J. O. Bosire, M. M. Mangora, S. Bandeira, A. Rajkaran, R. Ratsimba-Zafy, C. Appadoo & J. G. Kairo (Eds.), Mangroves of the Western Indian Ocean: Status and Management (pp. 51–73). WIOMSA.

Mandlate, L. C. (2013). Mangal da Baía de Sofala: Caracterização ecológica e estimativa do carbono sequestrado [Dissertação de Mestrado, Universidade Eduardo Mondlane].

Martins, F. R. (1991). Estrutura de uma floresta mesófila. Campinas: UNICAMP.

McKee, K. L. (1993). Soil physicochemical patterns and mangrove species distribution – reciprocal effects? Hydrobiologia, 81, 477–487.

MICOA (Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental). (2002). Estudo de impacto ambiental para o Projecto de Biodiversidade e Turismo de Cabo Delgado. Maputo.

Muller-Dombois, D., & Ellenberg, H. (1974). Aims and methods of vegetation ecology. New York: John Wiley & Sons.

Nicolau, D. (2015). Climate change adaptation in the Quirimbas National Park, Mozambique: Climate change impact on mangrove ecosystem and development of an adaptation strategy. 85 pp.

Silva, J. N., Lopes, J. D., De Almeida, B. F., Costa, D. H., Oliveira, L. D., & Skovsgaard, J. P. (1995). Growth and yield of a tropical rain forest in the Brazilian Amazon 13 years after logging. Forest Ecology and Management.

Spalding, M. D., & Leal, M. (Eds.). (2021). The State of the World’s Mangroves 2021. Global Mangrove Alliance.

Walters, B. B. (2005). Ecological effects of small-scale cutting of Philippine mangrove forests. Forest Ecology and Management, 206(2–3), 331–348.

Zhang, K. Q., Liu, H. Q., Li, Y. P., Xu, H. Z., Shen, J., Rhome, J., & Smith, T. J. (2012). The role of mangroves in attenuating storm surges. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 102–103, 11–23.