Discurso, termómetro da competição política: Os primeiros meses de oposição do 18.º Presidente do PSD ao XXI Governo Português

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Edmilson Gomes dos Santos https://orcid.org/0000-0002-2347-1353

Keywords

Comunicação política, jornais, competição política, PS, PSD, Portugal

Resumo

Com este artigo propõe-se elaborar sobre a relação existente entre o discurso político e a competição política, e dissertar sobre a competição político-partidária em Portugal nos primeiros meses de Rui Rio à frente do principal partido na oposição, o Partido Social Democrata. Pretende-se alcançar o segundo objetivo referido a partir da análise da interação discursiva, publicada em jornais, entre o chefe do XXI Governo Constitucional de Portugal e o líder do principal partido na oposição. Na primeira parte, é apresentada uma elaboração teórica sobre os vários conceitos implicados na relação estudada; de seguida, são expostos os procedimentos e resultados do estudo empírico levado a cabo. Argumenta-se que, pela natureza comunicacional da política, o discurso político pode ser um indicador do nível da competição político-partidária. Chegou-se à conclusão de que, no período analisado, houve um elevado nível de convergência no discurso, entre os líderes dos partidos estudados, o que aponta para a existência de um fraco nível de competição política em Portugal. 

Abstract 295 | pdf Downloads 350

Referências

Aristóteles. (1998). Política. (A. C. Amaral, & C. Gomes, Trads.) Lisboa: Vega.
Bobbio, N., Matteucci, N., & Pasquino, G. (1998). Dicionário de política. (C. C, & Varriale et al, Trads.) Brasília: Universidade de Brasília.
Bowen, G. (2009). Document Analysis as a Qualitative Research Method. Qualitative Research Journal, 9(2), 27-40.
Cabral, M. V. (2004). Confinça, mobilização e representação política em Portugal. Em A. Freire, M. C. Lobo, & P. Magalhães (Eds.), Portugal a Votos: As eleições legislativas de 2002 (pp. 301-331). Lisboa: ICS.
Charaudeau, P. (2006). O discurso Político. (W. Emediato, Trad.) Belo Horizonte: Faculdade de Letras.
Creswell, J. W. (2002). Research Design: Qualitative, Quantitative, asd Mixed Methods Approaches (2º ed.). Los Angeles: Sage Publications.
Downs, A. (1957). An Economic Theory of Democracy. New York: Harper & Row Publishers.
Duverger, M. (1970). Os Partidos Políticos (3ª ed.). (C. M. Oiticica, Trad.) Rio de Janeiro: Zahar.
Edelman, M. (1988). Constructing the political spectacle. Chicago: University of Chicago.
Fiske, J. (1993). Introdução ao Estudo da Comunicação. Porto: Edições ASA.
Foucault, M. (1997). Ordem do Discurso. (L. F. Sampaio, Trad.) Lisboa: Relógio D'Água.
Fukuyama, F. (2012). As Origens da Ordem Política. Dom Quixote.
Galastri, L. (2019). Jangada de pedra contra a maré? A experiência do governo de esquerda em Portugal (2015-2019). Revista Novos Rumos, 56(1).
Gray, D. E. (2004). Doing Research in the Real World. London: SAGE Publications.
Jalali, C. (2017). Partidos e sistemas partidários. Lisboa: FFMS.
Katz, R. S., & Mair , P. (1995). Changing models of party organization and party democracy: The emergence of the cartel party. Party Politics, 1(1), 5-28.
Katz, R. S., & Mair, P. (1996). Cadre, catch-all or cartel? A rejoinder. Party Politics, 2 (4), 525-534.
Katz, R. S., & Mair, P. (2009). The Cartel Party Thesis: A Restatement. Perspectives on Politics, 7(4), 753-766.
Katz, R. S., & Mair, P. (2009). The Cartel Party Thesis: A Restatement. Perspectives on Politics, 7(4), 753-766.
Katz, R. S., & Mair, P. (2012). Parties, interest groups and cartels: A comment. Party Politics, 18(1), 107-111.
Katz, R. S., & Mair, P. (2018). Democracy and the cartelization of political parties. Oxford: Oxford University Press.
Katz, R., & Mair, P. (2002). The ascendancy of the party in public office: Party organizational change in 20th century democracies. Em R. Gunther, J. R. Montero, & J. j. Linz (Eds), Political Parties: Old Concepts and New Challenges (pp. 113-135). Oxford: Oxford University Press.
Krippendorff, K. (1980). Validity in content analysis. Em E. Mochmann (Ed.), Computerstrategien für die kommunikationsanalyse (pp. 69-112). Frankfurt: Campus. Disponível em http://repository.upenn.edu/asc_papers/291
Lobo, M. C. (1996). A evolução do sistema partidário português à luz de mudanças económicas e políticas (1976-1991). Análise Social, XXXI, 1085 - 1116.
Luhmann, N. (2000). The Reality of the. (K. Cross, Trad.) California: Polity Press.
Magalhães, P. (2004). Democratas, descontentes e desafetctos: as atitudes dos portugueses em relação ao sistema político. Em A. Freire, M. C. Lobo, & P. Magalhães (Eds.), Portugal a Votos - As eleições legislativas de 2002 (pp. 333-361). Lisboa: ICS.
Mazzoleni, G. (2010). La comunicación política. (P. Linares, Trad.) Madrid: Alianza Editorial.
McGee, M. C. (1985). 1984 Some Issues in the Rhetorical Study of Political Communication. Em K. R. Sanders, L. L. Kaid, & D. Nimmo, Political Communication Yearbook 1984 (pp. 155 - 182). Illinois: Southern Illinois University Press.
McNair, B. (2012). An Introduction to Political Communication (5ª ed.). USA and Canada: Routledge.
Mouffe, C. (2005). Por um modelo agonístico de democracia. (P. S. Ghetti, Trad.) Curitiba: Revista de Sociologia e Política.
Puhle, H. J. (2002). Still the Age of Catch-Allism? Volksparteien and Parteienstaat in Crisis and Re-equilibration. Em R. Gunther, J. R. Montero, & J. j. Linz (Eds), Political Parties: Old Concepts and New Challenges (pp. 58-83). Oxford: Oxford University Press.
Sartori, G. (2005). Parties and Party Systems - A framework for analysis. Colchester: ECPR Press
Schmitt, C. (1972). Le categorie del ‘politico’. (P. Schiera, Trad.) Bologna: Il Mulino.
Silva, P. (2019). Para lá da Geringonça. O Governo de Esquerdas em Portugal e na Europa: Lisboa, Contraponto, 2017, 232 pp. Análise Social, (231), 421-425.
Teixeira, C. P. (2018). Qualidade da democracia em Portugal. Lisboa: FFMS.
Urbinati, N. (2006). O que torna a representação democrática? (M. Soares, Trad.) Lua Nova, 67, 191-228.
Vieira, M. B., & Wiesehomeier, N. (2013). Representação em Portugal : perspectiva dos cidadãos. Em A. C. Pinto, L. de Sousa, & P. Magalhães, A Qualidade da Democracia em Portugal - A visão dos cidadãos (pp. 79 - 119). Lisboa: ICS.
Vromen, A. (2010). Debating Methods: Rediscovering Qualitative Approaches. Em D. Marsh, & G. Stoker (Eds.), Theory and Methods in Political Science (Political Analysis) – Third Edition (pp. 249-266). London : Palgrave Macmillan.
White, J. K. (2006). What is a political party? Em R. S. Katz, & W. Crotty (Eds.), Handbook of Party Politics (pp. 5-15). London: SAGE Publications.
Wolton, D. (1989). La communication politique : construction d'un modele. Hermès, 27-42.