Ideofones do Changana e o Princípio da Marcação

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Ezra Alberto Chambal Nhampoca

Keywords

ideofones, língua changana, princípio da marcação

Resumo

O trabalho objetiva descrever os ideofones da língua Changana tendo em conta o Princípio da Marcação, apontando para três características apresentadas por Givón (2001 e 1995): 1) Princípio meta-icônico da marcação que postula que as categorias estruturalmente mais marcadas, tendem, igualmente, a serem funcionalmente mais complexas; 2) Frequência: a categoria não marcada é mais frequente em relação à marcada; 3) Dependência do contexto, que tem a ver, segundo Givón (1995, 2001) com o fato de que a marcação não diz respeito apenas a categorias linguísticas, mas também a categorias comunicativas em que elas ocorrem.  Como referencial teórico, tivemos como base os autores Bybee (2010), Cardoso (2015), Givón (2001, 1999), entre outros. Os dados usados foram extraídos de dois instrumentos lexicográficos: o primeiro é uma base de dados constituída durante a pesquisa de Nhampoca (2010) e o segundo é o Dicionário Changana-Português de Sitoe (1996). Desses instrumentos, selecionamos 05 ideofones que possuem um verbo correspondente na língua em questão. A análise mostrou que o Princípio de Marcação é relevante para o estudo de ideofones do Changana e auxilia na distinção dos ideofones dos verbos, uma vez que verificamos que os ideofones são predicadores marcados e os verbos predicadores não marcados.

Abstract 1518 | PDF Downloads 2490

Referências

Araújo, Gabriel. 2009. “Ideofones na língua sãotomense.” Papia, n. 19, 23-37.
Beck, David. 2005. Ideophones, adverbs and predicate modifiers in Upper Necaxa Totonac. Departament of Linguistics, University of Alberta.
Biriate, Mário. 2014. Avanços no estudo de Ideofones. (Blog desenvolvido por Mário Biriate), (21 agosto 2015), Disponível em: http://uptete.blogspot.com.br/.Acesso em: 12 mai.2017.
Bybee, Joan. 2010. Markedness: iconicity, economy, and frequency. 131-146, (16 setembro 2015), Disponívem em: d:/womat-filecopy/0001154332.3D. Acesso em: 12 mai.2017.
Cardoso, Tiago. 2014. Processos de concordância verbal com SN-Sujeitos complexos à luz do princípio da marcação de Talmy Givón. Rio Grande: NEELP/FURG.
Doke, Clement. 1935. Bantu Linguistic Terminology. London: Longman.
Epps, Patience e Andrés Salanova. 2012. “A linguística amazônica hoje”. Liames, n. 12, 07–37.
Ethnologue. Languages of the world, (14 março 2017). Disponível em: https://www.ethnologue.com/country/MZ. Acesso em: 12 mai.2017.
Ferreira, Marília. 2011. “Como são apresentados sons e imagens em Parkatêjê”. Signótica, Goiânia, vol. 23, n. 2, 403-414.
Gabas JR., Nilson e Johan Auwera. 2004. “Ideofones in Karo”. In Language, culture and mind, organizado por Michel Achard e Suzanne Kemmer. Belgium: University of Antwerp, 397 – 411.
Givón, Talmy. 1995. Functionalism and grammar. Philadelphia: John Benjamin’s Publishing Company.
Givón, Talmy. 2001. Syntax: an introduction. Amsterdam: John Benjamin’s Publishing Company.
INE. 2016. Moçambique-projecções 2007 2040. Maputo: INE, (23 fevereiro 2017), Disponível em: http://www.ine.gov.mz/estatisticas/estatisticas-demograficas-e-indicadores-sociais/projeccoes-da-populacao/mocambique_projeccoes_2007_2040.xls/view. Acesso em: 12 mai.2017.
Kimeny, Alexandre. s.d. “Inconicity of ideophones”. In Kinyarwanda: form, function, content and context. Califórnia State University at Sacramento, Califórnia, (maio 2015), Disponível em: http://www.kimenyi.com/iconicity-of-ideophones-inkinyarwanda.php Acesso em: 12 mai.2017.
Kulemeka, Andrew. 1995. “Sound Symbolic and Grammatical Frameworks: a typology of ideofones in Asian and African languages”. South African Journal of African Languages, South Africa, vol. 15, n. 2, 73-84.
Laboratório de Línguas Africanas-Ufmg (23 fevereiro 2016), Disponível em: http://www.letras.ufmg.br/laliafro/projeto.html. Acesso em: 12 mai.2017.
Langa, David. 2004. “Ideofones em Changana”. In Progressos da Investigação em Ciências Sociais e Humanas, organizado por Armindo Ngunga e Inocêncio Pereira. Maputo: Imprensa Universitária, 59-77.
Miti, Lazarus. 2006. Comparative bantu phonology and morphology. Cape Town: CASAS.
Moçambique. 2004. Constituição da República de Moçambique. Maputo: Imprensa Nacional, artigos 09/10, dispõem sobre línguas nacionais e língua oficial, (12 maio 2017), Disponível em: http://www.mozambique.mz/pdf/constituicao.
Ngunga, Armindo. 2004. Introdução à linguística bantu. Maputo: Imprensa Universitária.
Ngunga, Armindo e Osvaldo Faquir. 2011. Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas: relatório do III seminário. Maputo: Centro dos Estudos Africanos.
Nhampoca, Ezra. 2009. “Revisitando alguns ideofones do Changana”. In: Ngunga, Armindo (Org.) Lexicografia e Descrição das Línguas Bantu. Maputo: Centro de Estudos Africanos, 137-146.
Nhampoca, Ezra. 2010. Uma proposta metodológica para a compilação de um dicionário de ideofones do Changana. 67f. Dissertações (Mestrado em Linguística) – Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, Maputo.
Nhampoca, Ezra. 2015. “Um Estudo Preliminar sobre Alguns aspectos da morfologia dos ideofones do Changana”. Linguasagem, São Carlos, vol. 24 n.1, 16.
Nhampoca, Ezra. 2016. Compilação de um dicionário de ideofones do Changana: uma proposta metodológica. Saarbrücken: Novas Edições Acadêmicas.
Patel, Samima. 2006. Olhares sobre a Educação Bilingue e Seus Professor numa Região de Moçambique. 2006. 129 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) - Programa de Pós – Graduação em Linguística Aplicada do Instituto de Estudos da Linguagem - Universidade Estadual de Campinas.
Ribeiro, Armando. 2010. Dicionário Gramatical Changana. Maputo: Paulinas.
Silva, Cláudia Alexandra. 2011. “Marcação: algumas considerações sobre o conceito a nível da fonologia”. eLinUP, vol. 3, n. 1.
Sitoe, Bento. 1996. Dicionário Changana - Português. Maputo: INDE.
Sitoe, Bento 2012. Dicionário Changana - Português. 2ª ed. Maputo: Textos Editores.
Sitoe, Bento 2014. “Línguas Moçambicanas, Como Estamos?” In Estão as Línguas Nacionais em Perigo?, organizado por Carlos Serra. Cadernos de Ciências Sociais. Maputo: Escolar Editora, 37-75.
Sitoe, Bento e Armindo Ngunga. 2000. Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas: Relatório do II Seminário. Maputo: NELIMO.
Timbane, Alexandre. 2014. “Análise sóciodiscursiva da “saudação” do grupo étnico-linguístico Tsonga de Moçambique”. Educação, Cultura e Sociedade, São Paulo, v. 4, n. 2, 90-105.
Universidade Eduardo Mondlane UEM – SLB. 2014. “Secção de Línguas Bantu”. Línguas Bantu: as nossas línguas. Maputo.