A variação léxico-semântica e o ensino do português guineense
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Keywords
português guineense; léxico; semântica; variação; ensino.
Resumo
O português chegou à Guiné-Bissau por meio do processo de colonização. A partir daí iniciou o processo de variação e de mudança resultado do contato entre o português e as diversas línguas étnicas. O crioulo (o guineense) é resultado desse contato. O português guineense é uma variedade do português. Sendo o português guineense uma forma peculiar do uso do português, de onde provêm as palavras que o enriquecem? É uma pesquisa de campo que consistiu na coleta de dados por meio de entrevista a 16 guineenses. As entrevistas permitiram identificar empréstimos próprios da variedade em parte empréstimos lexicais provenientes do crioulo e também das línguas autóctones. Da pesquisa se conclui que os empréstimos ocorrem por não existir uma palavra equivalente em português ou ainda por questões de identidade. Muitos aspectos da cultura podem ser compreendidos e interpretados por meio da língua. É importante valorizar e reconhecer o português guineense como uma variedade, tal como outras variedades presentes na lusofonia, havendo necessidade de criação de um
dicionário que contribuirá para uma educação sem preconceito.
Referências
Bagno, M. (2009). Não é errado falar assim: em defesa do português Brasileiro. São Paulo: Parábola.
Biderman, M.T.C.(1996). Léxico e vocabulário fundamental. Alfa, São Paulo, 40(1): 27-46.
Bortoni-Ricardo, S.M.(2004). Educação em língua materna: a sociolinguistica em sala de aula. São Paulo: Parábola.
Bouzidi, B.(2010). Néologicité et temporalité dans le processus néologique. Synergies, 9(1): 27-36.
Calvet, L.-J.(2007). As políticas linguísticas. Trad. Isabel de Oliveira Duarte, Jonas Tenfen e Marcos Bagno. São Paulo: Parábola.
Carioca, C. R. (2015). A evidencialidade na fala dos guineenses focalizando as dificuldades da comunicação em língua portuguesa. RBLA, Belo Horizonte, 15 (1):131-147.
Cipro, N. P.; Infante, U. Gramática de Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 1998.
Cisse, M.(2012) Langues, état et societé au Senegal. Revue Electronique Internationale de Sciences du Langage Sudlangues. Dakar, s.d. 5(1): 99-133.
Couto, H. H.(1990). Política e planejamento linguístico na Guiné-Bissau. Papia. São Paulo, 1: 47-58.
Couto, H. H.; Embaló, F. (2010). Literatura, Língua e Cultura na Guiné-Bissasu: um país de CPLP. Papia. Ed. Thesaurus, nº 20.
Farias, E. M. P.(1998). A relação entre o léxico e o dicionário. Letras, 20 (1/2), jan./dez.
Germain, C. (2016). Le vocabulaire s’apprend, le lexique s’acquier. Synergies, Lisboa, 4: 73-84.
Guiné-Bissau.(1996). Constituição da República. Bissau: Assembleia Nacional Popular.
Instituto Nacional De Estatística. (2014). Estatísticas Básicas da Guiné-Bissau. Bissau: INE.
Kialanda, K.S. et al.(2019). O kikongo e a cultura do Povo Bakongo: a cultulinguistica nos nomes próprios. Revista Versalete. Curitiba,7 (7): 72-91, jan.-jun.
Ki-Zerbo, J. (2006). Para quando a África? Rio de Janeiro: Pallas.
Labov, W. (2008). Padrões sociolinguísticos. São Paulo: Parábola.
Leviski, C. E.; Timbane, A. A.(2020). A Guiné-Equatorial no cenário lusófono:política e planejamento linguísticos. in: Souza, S.; Olmo, F. C. Del. (Org.). Línguas em português: a lusofonia numa visão crítica. Porto: U. Porto, p.119-136.
Lopes, J. de S.M.(2004). Cultura acústica e letramento em Moçambique: Em busca de fundamentos antropológico para uma intercultural idade. São Paulo: Educ.
Makoni, S.; Meinhof, U.(2008). Linguística aplicada na África: Desconstruindo a noção de língua. In: Lopes, L. P. da M. (Org.). Por uma linguística aplicada indisciplinar. 2.ed. São Paulo: Parábola, p.191-214.
Mandela, N.R.(2003). Lighting your way to a better future. Planetarium. University of the Witwatersrand, Johanesburg, 16th July. Disponível em:
Mane, D.(2012) As concepções de língua e dialeto e o preconceito sociolinguístico. Via Litterae: Revista de Linguística e Teoria Literária. Anápolis, 4 (1): 39-51.
Mendes, L.V.(2009). (Des)caminhos do sistema de ensino guineense: avanços, recuos e perspectivas. Curitiba: CRV.
Namone, D.(2020) Educação tradicional e moderna na Guiné-Bissau e o impacto da língua portuguesa no ensino: caso das crianças da etnia Balanta-Nhacra de Tombali. 348p. (Tese). Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual paulista Julio de mesquita Filho, Araraquara.
Namone, D. & Timbane, A. A.(2017). Consequências do ensino da língua portuguesa no ensino fundamental na Guiné-Bissau: 43 anos após a independência. Mandinga-Revista de estudos linguísticos, Redenção-CE, 1 (1): 39-57.
Ngunga, A.(2015) Introdução à linguística bantu. 2.ed. Maputo: Imprensa Universitária.
Osunniran, T. A.(2014). Le lexique en français et en yoruba: Modes d’enrichissement. IOSR Journal of Humanities and Social Science. 19 (9): 53-61.
Pradonov, C.C. & Freitas, E. C de. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2.ed. Novo Hamburgo: FEVALE.
Rey-Debove, J. (1984). Léxico e dicionário. Alfa, São Paulo (supl.). Trad. de Clóvis Barleta de Morais. (28): 45-69.
Sablayrolles, J-F.(2006). La néologie aujourd’hui. Gruaz, Claude Lambert-Lucas, Lomoges (Eds.). A la recherche du mot: de la langue au discours. p.141-157.
Santos, V.G. dos & Svartman, F.R.F. (2014). O padrão entoacional neutro do português de Guiné-Bissau: uma comparação preliminar com o português brasileiro. Estudos Linguísticos, São Paulo, 43 (1): p. 48-63.
Scantamburlo, L.(2019). O ensino-aprendizagem da língua portuguesa no Projecto Ensino Bilingue Português-Crioulo Guineense (Paebb). In: Carvalho, C.; Barreto, M. A. & Santos, F. (Org.). COOPEDU IV: cooperação e educação de qualidade. Lisboa: Centro de Estudos Internacionais, p.201-214.
Severo, C. G.(2013). Políticas linguística(s) linguística(s) e questões de poder. Alfa, São Paulo. 57 (2): 451-473.
Silva, C. L. da; Sampa, P. J.(2017). Língua portuguesa na Guiné-Bissau e a influência do crioulo na identidade cultural e no português. RILP - Revista Internacional em Língua Portuguesa (31): 231-248.
Timbane, A. A. (2012). Os estrangeirismos e Os empréstimos nO português falado em Moçambique. Cadernos de Estudos Lingüísticos. Campinas. 54 (2).
Timbane, A. A.(2013). A variação e a mudança lexical da língua portuguesa em Moçambique. 318p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras, Araraquara.
Timbane, A. A. (2014). A lexicultura no português de Moçambique. Linguagem: estudos e pesquisas, Catalão-GO, 2: 43-59.
Timbane, A. A. (2019). Política linguística na África lusófona e a revitalização das línguas autóctones: 40 anos após as independências. Silva, A. R. da. & Araújo, G. P. de. (Org.). As novas rotas da globalização: debates e mudanças em pauta. Curitiba: CRV, p. 57-78.
Timbane, A. A.; Namone, D. (2018). Tensão entre escrita e oralidade no ensino-aprendizagem do português na etnia Balanta Brassa (Tombali) da Guiné-Bissau. Entre Parênteses, 7(1): s.p.
Timbane, A. A.; Quebi, D. O. & Abdula, R. A. M.(2014). As políticas linguísticas e o desenvolvimento endógeno em África. Web-Revista Sociodialeto. 5 (13): 178-202.
Timbane, A. A.; Rezende, M. C. M. (2016). A língua como instrumento opressor e libertador no contexto lusófono: o caso do Brasil e de Moçambique. Travessias. 10 (3): 388 - 408.
Timbane, A. A.; Manuel, C. (2018). O crioulo da Guiné-Bissau é uma língua de base portuguesa? embate sobre os conceitos. Letras Juçara. Caxias – Maranhão, 2 (2): 107 – 126.
Timbane, A. A.; Cá, S. & Manuel, I. M. N.(2019). Metodologia do ensino de língua francesa em cursos de extensão no Brasil. in: Timbane, A. A. & Paim, R. O. (Org.). Temas em debate: a educação no Brasil. Rio de Janeiro: Dictio Brasil, p.393-422.
Zanella, L.C. H.(2013). Metodologia de pesquisa. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC.